A palavra vaidade origina-se do latim vanitas, que significa qualidade do que é vão fútil e
ilusório. O dicionário Aurélio define vaidade como presunção, frivolidade e orgulho
injustificado.
No inconsciente coletivo da humanidade a palavra vaidade significa o desejo
imoderado de atrair admiração, atenção, elogios e homenagens.
No íntimo de cada um de nós, a vaidade é um sentimento que simplesmente tentamos
negar que sentimos.
Para isso, muitas vezes, somos capazes de forçar atitudes de
desprendimento, tentando nos convencer de que não somos fracos ou pobres de espírito
ao ponto de ficarmos cultuando nosso ego como um deus. Um deus mundano e cheio de
fraquezas, como os deuses gregos.
A vida é algo inefável que tentamos inutilmente compreender e explicar racionalmente.
Tentamos em vão nos convencer de que para tudo há uma explicação objetiva e sensata.
E por isso, quase sempre nos ferramos quando colocados frente a frente com fatos que
vão além da nossa capacidade cognitiva. E o ego não aceita ser passado para trás. O ego
quer satisfação, quer a concretude do reconhecimento alheio para a sua suposta beleza,
força e inteligência.
Quando não conscientizados dos efeitos deletério da vaidade egocêntrica viramos
protagonistas de situações ridículas e dos mais mesquinhos sentimentos. Nesse ponto,
começamos a agir partindo do pressuposto de que tudo e todos nos devem permanente
interesse e admiração.
Uma coisa é certa, não podemos negar que o reconhecimento
pelos feitos bem-sucedidos é algo que nos motiva a sempre buscar o aperfeiçoamento
naquilo que fazemos.
Não quero entrar na ótica fatalista que afirma que a vaidade é uma fraqueza humana e
pronto.
Nem tampouco quero associá-la a uma questão fundamental de autoestima ou
amor próprio. Gostaria de compreender de fato as razões e motivações que, muitas vezes,
nos levam a agir de forma tacanha e limitada, inebriados pela presunção de acuidade
intelectual.
Até o momento, não cheguei a uma conclusão. Sei apenas que a vaidade é um
sentimento que me incomoda, seja quando identificada nos outros ou em mim mesmo.
Encerro essa reflexão com algumas perguntas provocativas: será que o meu empenho em
desenvolver esse texto não foi motivado apenas pela vaidade de me apresentar como um
ser digno de atenção? Nesse caso, poderíamos considerar a vaidade como uma espécie
de busca de sentido para a nossa existência?
Por Gustavo Gomes de Matos
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