2 de novembro de 2019

Planalto é avisado sobre crises nas redes e vigia internautas influenciadores


O Palácio do Planalto começou a semana em alerta. Desdobramentos envolvendo o governo geraram uma enxurrada de menções em Twitter, Facebook, Instagram e YouTube — as redes sociais monitoradas a partir de um contrato milionário da Secretaria de Comunicação.

Suspenso em abril, o serviço de monitoramento digital voltou a ser executado em agosto e está dentro do pacote de R$ 26 milhões com a Agência Click Mídia Interativa S/A. Por meio dele, a Secom é informada sobre os principais influenciadores das redes e avisada sobre assunto com alto volume de menções, com destaque aos que podem gerar crise.
O objetivo do monitoramento, de acordo com o setor, é auxiliar a preparação de conteúdos nos canais institucionais. A resposta foi obtida apenas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Embora o detalhamento desse controle não seja revelado pelo Planalto, o rol de influenciadores das redes sociais contém figuras que atuam nos campos da arte, da política e da comunicação, e ainda personalidades que nasceram na internet. São perfis cuja atuação interessa ao governo porque conseguem engajar o público e direcionar o debate no ambiente digital.

Grande parte dos integrantes do governo, inclusive o próprio presidente, usa os canais pessoais da internet para divulgar ideias, sejam elas opiniões próprias ou ações ligadas à função pública. O mesmo caminho é seguido por parlamentares, aliados e opositores.

Coordenador do Laboratório de Estudo sobre Imagem e Cultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo, Fábio Malini explica que a busca por líderes de opinião faz parte da prática das agências que prestam serviço no mercado, orientadas pela cultura de massa. “Monitorar quem diz é o modus operandi”, afirmou.

Na avaliação do pesquisador, dessa forma, a análise se torna mais fácil do que quando há um grande volume de informações, comum em períodos de crise. No entanto, pode ser o caminho para um “monitoramento de combate”. “Um mau exemplo é quando o monitoramento se torna ‘paranoico’, quando se parte do pressuposto que é preciso identificar o líder que quer derrubar o governo”, disse.

Malini acredita que, ainda que monitore, o governo brasileiro não consegue prever nem controlar o que vai acontecer no ambiente digital, visto que a vigilância se restringe ao debate público. O caminho, então, é tentar melhorar o posicionamento. A Secom evitou comentar sobre eventuais avisos a respeito dos temas em destaque na semana e limitou-se a dizer que recebe de forma sistemática relatórios sobre assuntos de interesse da Presidência da República.

Fonte Metrópoles



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